NÁTACHA JÍJOVITCH
( SERVIA )
[ 1972 - ]
POESIA SEMPRE. Minas Gerais. Número 29. Ano 15 Editor Geral: Marco Lucchesi. Rio de Janeiro: MINISTÉRIO DA CULTURA / Fundação BIBLIOTECA NACIONAL, 2008. 372 p. ISSN 0104-0626 No 10 847
Exemplar na biblioteca de Antonio Miranda
Infusão
Primavera negra. As estrelas moem, moem.
O meu cérebro — posso ver claramente.
Não há meus dedos. No Cosmos
o meu nome e sobrenome perdem-se
Nátacha Jíjovitch
Corpo astral.
Urso branco.
Escorpião.
Estou presente como folha da relva.
Sou dragão gerado
Por crianças enfermas, irresponsáveis.
Então deixa-me rio abaixo
Para que eu nade!
Dá-me mais uma infusão —
nem metal me basta.
H2SO4.
Eis-me venho justamente — inchado
de lágrimas e de dormir.
Strawberry Fields.
Será que desejo
ser totalmente
esquecido?
(Esqueci o que é a Poesia.)
E a vida?
Tudo sobre pessoas e chacais;
de vossas enciclopédias piolhentas —
é claro que não desejo nada!
*
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Página publicada em setembro de 2024
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